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domingo, 21 de março de 2010

Sobre o Dom de Línguas

Há um bom tempo atrás (09/07/09), Thomas Tronco, um desses amigos on-line que fazemos depois de entrar ao submundo dos blogs, escreveu no Theologizando (isso mesmo, Theologizando) um artigo sobre sua opinião a respeito do Dom de Línguas. O nome do artigo é O DOM DE LÍNGUAS HOJE, e tal artigo gerou alguma polêmica no blog, como pode-se notar nos comentários.




Rapidamente outros escritores do mesmo blog saíram a apresentar suas opiniões sobre o assunto e um debate amistos (como raros na internet) foi travado ali e a opinião de todos ficou clara, bem como as divergências sobre o assunto. Recentemente, voltei ao artigo para lê-lo novamente e me deparei com meus comentários. Decidi então, colocá-los no Teologando para deixar minha opinião sobre o assunto. Aos que tem interesse em conhecer as opiniões expressas do Theologizando, visitem o artigo.



Peço desculpas aos leitores por não colocar um artigo pessoal, mas a transcrição de um comentário feito na Internet. Por outro lado, o faço para deixar minha opinião sujeita a observações dos demais que passarem por aqui.



Bom Proveito!



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Esse assunto é delicado.



Na minha opinião (não que isso tenha qualquer relevância, é só minha opinião), as escrituras não definem com tamanha clareza o término do dom de linguas em 70d.C. Algumas considerações me fazem pensar nisso:



Paulo ensina que os dons são dados pelo Espírito, e que ele o faria como quisesse (1Co.12.8-11), sem qualquer referência a tempo (exceto que o presente do verbo dídomi parece ser contínuo). Porém, a ordem da lista sugere que variedade de línguas é de prioridade mais baixa que outros dons.

Essa declaração me sugere que, se o Espírito intencionar oferecer essa habilidade a alguém, como lhe aprouver, Ele o fará.

A falta de referências temporais a essa ação do Espírito, me faz pensar que Paulo, na ocasião não tinha em mente a limitação dessa ação do Espírito.

A falta (quase completa) de referências históricas sobre o uso de outros idiomas na História da Igreja, pode indicar apenas falta de relato, não necessariamente ausência de uma manifestação espiritual.

Paulo afirma que Deus colocou na Igreja a variedade de línguas (1Co.12.28). O verbo títhemi no aoristo, dá a idéia de que o próprio Deus teria implementado a variedade (genós) de línguas (glossa). Génos, como declaração de espécie, alterando o sentido de glossa sugere que trata-se de idiomas. Contudo,nesse mesmo verso Paulo define que a variedade de línguas é menos prioritária.

A ação de Deus em implementar os dons na Igreja tem propósito definido (Ef.4.11-12), e acredito que Ele tenha suas preferências, pois Paulo nos deixa claro que o dom de línguas, em questão de prioridade é baixa. A ação de Deus descrita no aoristo sugere que esse estabelecimento é algo sem limitações temporais.



A variedade de dons que são implementados por Deus, sugerem que essa determinação de Deus é válida em nossos dias. Não vejo razão para que o dom de línguas pudesse ter sido retirado dessa ação de implementação de Deus.

Paulo expressa o desejo de que os Coríntos (todos) falassem em outros idiomas (1Co.14.5), muito embora seu desejo maior é que todos profetizassem.

A expressão do desejo de Paulo não é uma norma, mas representa uma possibilidade interessante. 14 anos antes da destruição de Jerusalém, Paulo não tinha a expectativa de ver o término.

Paulo falava em outras línguas (1Co.14.18), mas tinha pleno controle do seu dom (1Co.14.19; cf. v.32-33). Seu exemplo não é normativo, mas é válido. Ele não entendia isso como espiritualidade.

Paulo ensina que as línguas eram sinais para incrédulos (1Co.14.20-22), talvez como sinal de juízo, mas sem definição de término. Paulo também dá instruções sobre como proceder em cultos públicos (1Co.14.26-27), e não sugere em nenhum lugar que isso é temporário. Além de sugerir que o culto precisa de ordem e decência, ele afirma: “Não proibais o falar em outras línguas” (1Co.14.39). Se Paulo pressupõe que o falar em outras lígunas é algo que não pode ser proibido, e que esse dom terminaria, não seria necessário que ele alertasse seus leitores de que esse dom teria seus dias contados?

Paulo não queria que os Coríntos fosse ignorantes no que se refer aos dons (1Co.12.1). Por que ele não os ensinou sobre a temporalidade do dom de línguas? Para responder a essa pergunta, temos algumas opções: Paulo não pensava assim; Deus não tinha revelado isso a ele; Paulo sabia que, com o Cannon completo, esse problema seria resolvido; Paulo pressupos que seus leitores já tivessem entendido esse fato; Paulo teria ensinado pessoalmente (ou sem registro documental) esse fato. Ou até, NDA.

O que posso dizer com certeza é: ainda não presenciei uma manifestão de dom de línguas que tenha sido dada por Deus. Em todas as ocasiões que presenciei, pude perceber o dolo. Por outro lado, não tenho segurança a partir das escrituras, para determinar uma data para o encerramento de uma ação divina. Talvez meu zelo medroso não é capaz de definir algo que as escrituras (segundo Thomas) estão a afirmar. Que Deus me perdoe a fraqueza.



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Sobre 1Co.13.8 e o término dos dons:



Não há clara definição de quanto essas coisas aconteceriam.



“mas, as profecias cessarão”: Uma descrição de futuro indefinido. Como o termo está no futuro do indicativo ativo um fato é anunciado: Um dia as profecias cessarão. O verbo “καταργέω”, que além de enfatizar o cessar, também é usado com o sentido de aniquilar (2Ts.2.8), invalidar (Rm.3.3) ou abolir (Hb.2.14). A teologia cristã não nos permitiria nenhuma dessas nuances nesse texto, mas se qualquer uma delas fosse tomada como verdadeira, poderíamo pensar que Paulo fala com exagero (hipérbole). Deve-se levar em conta que, as profecias como descritas no cap.11 não cessaram ainda. Talvez a questão do tempo dependa da expressão “quando vier o perfeito”.

“conhecimento cessará“: Além de uma descrição de futuro incerta, o termo usado aqui é o mesmo que em referência às profecias. Entretanto, nesse caso o futuro do indicativo é passivo, ou seja, a “γνῶσις” seria cessada. A que se refere esse termo nesse contexto? Se Paulo fala do conhecimento de modo geral, temos que entender que ele está exagerando, pois o conhecimento só tem crescido com o passar do tempo. Mais uma vez, talvez a indicação de tempo dependa da expressão “quando vier o perfeito”.

“as línguas cessarão”: Uma descrição de futuro indefinida, mas o termo usado aqui é diferente: “παύω” e a idéia é clara: terminar, encerrar, cessar ou acabar. O tempo verbal nesse caso é futuro do indicativo médio, e A.T. Robertson afirma que isso significa “elas farão elas mesmas cessar ou cessarão automaticamente” (Word Pictures in the New Testament). Entretanto, a pergunta que fica é quando? A julgar pela profecia que não cessou ou ao conhecimento que ao invés de cessar tem-se expandido as línguas poderiam estar em funcionamento. Então, todas essas expressões devem ter suas ligações com a expressão “quando vier o perfeito”.

Paulo demonstra que as profecias, o dom de línguas e o conhecimento cessarão quando vier o que é perfeito. Mas, o que é e quando vem (veio)? Três teorias são mais aceitas:



Alguns afirmam que o que é perfeito é o Cannon e por isso acreditam que os dons não seriam necessários após a consolidação da verdade de Deus. Entretanto, a dificuldade é que deveríamos incluir nessa lista de coisas que cessariam o conhecimento e a profecia, que claramente não cessaram.

Alguns afirmam que o perfeito é a maturidade da igreja, ou seja, quando a igreja atingiu sua maturidade os dons apresentados não seriam necessários. Quando a igreja ficou madura? Aqui novamente vemos o mesmo problema já citado: o conhecimento não cessou, não foi aniquilado. Outro detalhe que seria importante ressaltar é que não temos visto a maturidade da igreja ainda.

Outros preferem pensar no retorno de Cristo. Nesse caso o quando é incerto e iminente, mas parece fazer mais justificativa à interrupção das profecias e do dom de línguas. E o que dizer do conhecimento? Paulo comumente apresenta seu desejo que seus leitores cresçam no conhecimento (Ef.1.17; Fp.1.9; Cl.1.9-10; 2.2; 1Tm.2.4; ) e ele mesmo esperava isso para sua vida (Ef.4.13). Seria incoerente para Paulo sugerir que seus leitores buscassem algo tão vital para o cristianismo que poderia cessar a qualquer momento. Por outro lado, incentivá-los a crescer na fé, como exercício da mesma, faz todo sentido se o alvo é o estado futuro onde não haverá mais a conhecer, pois o veremos face-a-face. As implicações disso me levam a pensar no estado eterno como o perfeito, traz menos dificuldades de de compreensão ou prática. Bom, essa é a minha opinião.

Diante do pontos acima, tenho ainda mais dificuldade de estabelecer uma data como certa para o término do dom de linguas.

F.Teologando

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